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  • Foto do escritorGustavo Loiola

Como a Apple se tornou a empresa de tecnologia mais sustentável do mundo


Pelo menos uma vez por ano a gigante Apple gera um grande buzz em todo o planeta, ao anunciar o lançamento de novos produtos e funcionalidades. A tradição, criada por Steve Jobs, sempre foi uma forma da empresa celebrar a inovação e criar no consumidor novos interesses de compra. No entanto, em um momento onde se discute diariamente as reais necessidades de consumo, todos precisam se reinventar.


A Apple que foi a primeira americana a atingir o valor de U$2 trilhões nos mercados abertos, também vem sendo considerada a empresa de tecnologia mais sustentável do mundo por alguns anos consecutivos. O evento especial de setembro de 2020, transmitido online direto da Califórnia é uma prova dessa mudança de mentalidade.


Em julho desse ano, reforçada por uma declaração do Tim Cook, a Apple assumiu o compromisso de se tornar 100% carbono neutra até 2030; O CEO reforçou o papel da inovação como um impulsionador da jornada ambiental, ao tornar os produtos mais eficientes energeticamente, estimular a economia circular e trazer fontes de energia limpa para o planeta.


O que se apresenta no lançamento desses novos produtos é justamente isso: a inovação a favor da sustentabilidade. Essa estratégia da Apple, irá abranger todos as etapas dos seus negócios, incluindo cadeia de suprimentos e o ciclo de vida dos produtos - o que no meu ponto de vista é o grande desafio. Para exemplificar, agrupei em 5 pilares que seguem abaixo:


. Design

A empresa faz uma análise contínua do design dos seus produtos, em busca de oportunidades de melhoria. Ao fazer essa revisão procura oportunidades de reduzir o carbono, seja na utilização de componentes mais sustentáveis, ou no processo de aprimoramento da engenharia, materiais e energia consumida pelos produtos. Comparado com 2008, o consumo médio de energia dos produtos Apple caiu em 73%. 

Apesar das discussões sobre obsolescência programada a empresa tem investido na durabilidade dos produtos, ampliando o seu tempo de vida e durabilidade da bateria, e a atualização mais assertiva do sistema operacional.


. Materiais e embalagem

A presença de elementos químicos nos produtos de tecnologia também é algo bastante preocupante. A empresa incentiva a pesquisa para mapear testar e substituir alguns materiais nocivos por substâncias mais seguras. Foi criada uma ordem de importância para definir o perfil de impacto destes materiais, que incluem dados sobre efeitos sociais, globais e ambientais. Segundo seu Relatório Ambiental, foram determinamos 14 materiais que devem ser priorizados na transição para fontes recicláveis ou renováveis: alumínio, cobalto, cobre, vidro, ouro, lítio, papel, plásticos, metais de terras raras, aço, tântalo, estanho, tungstênio e zinco.

Além da reciclagem em embalagens, é interessante conhecer essa aplicação também nos metais dos equipamentos. Por exemplo, os smartphones da linha iPhone 11, são os primeiros feitos com metais raros 100% reciclados no Taptic Engine. O uso de alumínio reciclado e com baixa emissão de carbono reduziu a pegada de carbono em 4,3 milhões de toneladas em 2019.


. Economia circular

Há alguns anos a empresa trabalha para estimular a devolução e circularidade dos aparelhos, com programas de reciclagem e o AppleCare. O chamado Laboratório de Recuperação de Materiais procura otimizar as práticas de reciclagem, aprimorar a desmontagem e avançar em pesquisa e desenvolvimento. Nesse contexto, recentemente foram "lançados" dois rôbos para colaborar com esse processo: a Daisy e o Dave. A Daisy, por exemplo, consegue recuperar materiais de 15 modelos diferentes de iPhone em uma velocidade de 200 aparelhos por hora, e apenas em 2019 mais de 47 mil toneladas de resíduos de aparelhos eletrônicos fossem enviadas para aterros.


. Eficiência energética e energias renováveis

Quase metade das emissões de carbono mensuradas vem da energia elétrica usada no processo produtivo. Por isso, a Apple vem se comprometendo a identificar novas formas de reduzir o uso de energia em suas instalações corporativas, assim como ajudar a sua cadeia de suprimentos a fazer o mesmo - hoje, todas as lojas, escritórios e data center, operações e viagens são neutras em carbono (você pode ler mais sobre o impacto dos data centers nesse outro artigo que escrevi).

A meta é transformar toda a cadeia até 2030, por isso após ter fechado uma parceria com o US-China Green Fund investirá US $ 100 milhões em projetos de eficiência energética acelerada para fornecedores. Atualmente mais de 70 fornecedores assumiram o compromisso de usar energia 100% renovável para a produção da Apple.


. Remoção de carbono

Juntamente com a ONG Conservation International, foi criado o Fundo de Soluções para Carbono, para proteger e recuperar florestas, zonas úmidas e pastagens ao redor do mundo. Algumas iniciativas já acontecem em áreas de mangue na Colômbia e savana no Quênia. A ideia é reunir outras empresas e instituições para iniciativas especialmente em regiões onde a empresa tem operações, incluindo florestas e soluções climáticas para China e Estados Unidos.


O interessante em conhecer mais sobre essa estratégia é entender como o mercado vem se comportando. Seja por iniciativa do mercado investidor, seja por influencia dos consumidores, as organizações precisam se tornar protagonistas em situações como a urgência climática que estamos vivendo. A receita - apesar de parecer complexa - é bastante simples: analisar a sua supply chain e modelo de negócio, enxergar quais são os pontos de maior impacto socioambiental, refletir e criar ações de mitigação e redução desses impactos, inovar em produtos e serviços.


Claro, que o ponto final de tudo isso é a comunicação, os stakeholders precisam saber o que você está fazendo, como uma forma de relacionamento, engajamento e benchmarking - aproveite para conferir aqui o report completo de Meio Ambiente da Apple.

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